quarta-feira, 28 de março de 2007
Abelha-Rainha
Maria Bethânia vai cantar em João Pessoa. Nordeste. Perto do seu estado natal. Bahia. Resumindo, vai tocar em casa. Quanto seus fãs pagarão para prestigiar este espetáculo de uma das musas da MPB ? Eu respondo, R$ 120,00 ! Com direito a exclamação sim!
Será que os heróis de outrora já não pensam mais no seu público. Toda aquela ideologia de criar um movimento de resgate da cultura Tupiniquim, propondo a busca de tudo o que seria genuinamente brasileiro, tanto nas artes plástica - com as obras de Hélio Oiticica, dentre as quais "Tropicália" deu nome ao movimento do qual Bethânia e seu irmão, Caetano, foram principais idealizadores junto com Gil e outros -, como na música - resgate dos sons do Nordeste; reivenções; junções de ritmos; incorporação de novos instrumentos; entre outros -, atingindo também o campo da dramaturgia e literatura, não tinha o real interesse de levar tais modificações na cultura do país ao povo? A grande massa? É o que nos resta? A esse preço, o público será composto pelos fãs ortodoxos da cantora, e olhe lá!
É tão proveitoso quando somos honrados com shows de cantores como Zé Ramalho, Alceu Valença, Chico César, etc. Todos realizados neste ano e todos abertos ao público. É bem verdade que tais shows com grandes nomes da música nacional nunca são de graça, no verdadeiro sentido da palavra, pois somos nós que pagamos, considerando o fato de que a Prefeitura ou o Governo do Estado são sempre os responsáveis por eventos dessa magnitude. Mas é bem verdade também - e contra tal fato não há argumentos - que uma coisa é promover shows com o dinheiro da União, que engloba todas as camadas da sociedade, através de tributos cobrados a todos sem restrições de classe, credo ou etnia - pelo menos teoricamente -, nos quais é permitida a entrada de todos. Outra coisa, completamente diferente, é cobrar
- refiro-me à equipe de produção da cantora - mais ou menos 1/3 do salário mínino, além de todos os impostos que pagamos, por uma hora - com margem de erros para mais ou para menos de 30 minutos vai - de espetáculo de Bethânia, nossa abelha-rainha de Santo Amaro da Purificação.
Proponho aos empresários e produtores da cantora que escolham melhor os lugares nos quais a cantora se apresenta. Que fique lá pelo Sul e Sudeste. Afinal, desde o começo, foram eles que primeiro acolheram os ícones da nossa tão difamada MPB. Eles talvez, e muito talvez, tenham dinheiro para gastar 1/3 dele num único dia. A história, como já foi proposto, não é nada mais do que um eterno retorno. O nordeste segue com a fama de celeiro musical, no qual a política é mesmo, e sempre foi, a de exportação. Os nomes vão quase de graça, mas na volta, cobram juros de 120% à hora.
Caio Gomes, estudante de jornalismo.
Pois é pessoal nossa primeira contribuição externa, muito boa diga-se de passagem, valeu Caio seus textos serão sempre bem vindos.
sábado, 24 de março de 2007
Quase memória, um quase romance totalmente envolvente.
Há algum tempo atrás, li um livro que vale a pena ser indicado: Quase Memória do jornalista Carlos Heitor Cony. O livro marca a volta do escritor ao romance mais de vinte anos depois de seu último trabalho do gênero, “Pilatos”.
Com certeza haverá quem leia esse post e torça o nariz, afinal, nada mais “Ana Maria Braga” que ele(não que eu tenha nada contra Ana Maria Braga, muito pelo contrário, acho que ela faz muito bem o seu trabalho. Mas conheço muita gente que tem.) certo? Errado! Como romancista Cony foi muito mal criticado por “Pilatos” escrito em 1973. Porém ele caiu nas graças dos literatos em 1995 ao publicar “Quase Memória”, e por ele ganhou dois prêmios Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, melhor romance e livro do ano na categoria ficção.
Quase Memória, como o próprio título se encarrega de dizer, é um misto de ficção e realidade, em que o autor mescla memórias de sua infância junto ao seu pai, personagem principal do livro, e personagens e situações fictícias. De uma sensibilidade imensa o livro aborda a delicada relação entre os dois que vai da admiração à vergonha, do amor profundo à raiva. E tudo começa quando Cony recebe em seu escritório um pacote embrulhado à maneira que o seu pai o fazia e com a letra do mesmo. O que seria perfeitamente normal se “Cony Pai” não tivesse falecido dez anos antes. A partir daí o jornalista começa a lembrar-se de várias situações que aconteceram entre eles. Além de refletir sobre a real importância dele para a sua vida como homem e como jornalista. O livro é cheio de significâncias belíssimas por trás de episódios reais perfeitamente empregados e fantasias extremamente oportunas.
Então fica aqui a minha dica: Dispam-se dos preconceitos e aproveitem um livro simples e muito bonito; escrito para quem tem pai, para quem não tem pai, para quem ama seu pai e para quem o detesta.
Rayssa Medeiros
sexta-feira, 23 de março de 2007
O saber de ser o que não deveria ser
“Antes eu sabia o que eu era e não tinha medo de mostrar para meu público, hoje eu sei o que eu passo para as pessoas, mesmo sabendo que esse não sou eu, tenho medo de mostrar aquilo que sou.” - Augusto
Pollyanna Gomes
quinta-feira, 22 de março de 2007
O ócio
Fui acometida deste mal essa semana, afirmo que lutei contra ele com todas as poucas forças que minha alma tinha, perdi por não saber como combatê-lo. A falta do que fazer mina qualquer esperança de atividade produtiva, entendendo também que não fazer já é fazer algo: nada.
Li trechos de "O ócio criativo" de Domenico de Masi, ele diz q no ócio criativo você deve usar esse tempo ocioso para contemplar as coisas da vida, atiçar a sua criatividade, fazer amor. Mas espera aí, o ócio é fazer nada, o ócio criativo n existe!!!!
E o que mais me incomoda é ser uma pessoa que não pode ter tempo ocioso, afinal, como diz o horóscopo, como ariana, eu devo começar as coisas, coloca-las em prática, mas como colocar o nada em prática?? Então, eu vou comer, engordo, daí penso na academia que deveria fazer e apago logo a idéia da cabeça. Ando pela casa, pra quê?? pra ver os mesmos móveis que vejo há anos?? Fazer compras, péssima idéia, pagar com que dinheiro??
Sentei na frente do computador pra fazer um texto sobre um tema atual e inteligente, não consegui, não me acho atual e inteligente o suficiente para o estado em que me encontro.Vou parar por aqui, o ócio(ou seria a preguiça??)atacam novamente.
Eloísa França Cândido
Sem maquiagem, com calcinha e muita determinação!
Filha de um indiano e uma americana, Norah Jones Shankar traz a música nas veias, seu pai era citarista. E embora ela tenha ido morar longe dele aos quatro anos de idade, preservou a raiz musical tão forte, que formou-se em jazz piano na University of North Texas.
Norah começou a tocar em 99, com a sua banda wax poetic pelos bares de Nova York. Muito influenciada pelo jazz, folk e o soul ela lança seu primeiro álbum “Come Away with Me” em 2002, sucesso de crítica e público. Norah ganha então projeção mundial. A cantora e pianista acerta em cheio na sua combinação de ritmo cadenciado e algumas influencias countries, fortemente presentes em seu segundo trabalho: “Feels Like Home”.E novamente norah cai nas graças da crítica.
Depois de seu sucesso quase instantâneo, a suavidade e a tranqüilidade da voz e das músicas de Norah começam a “incomodar”, a mesma crítica que antes a elogiou. Aí então a menina prodígio passa de doce e agradável a “monótona e sonolenta”. A cantora defende-se sempre, afirmando que só por que é “cara-limpa, tem relacionamento estável e usa calcinha” é criticada por seu temperamento calmo.
Apesar de todas as críticas, srtª Jones lançou em Janeiro deste ano sua mais nova obra (obra-prima diga-se de passagem) “Not Too Late” que segue sim, o seu estilo desacelerado e suave mas de maneira alguma monótono. Gravado em casa em pleno coração de Manhatan sem prazos ou pressões “Not Too Late” é com certeza a expressão de uma grande musicista cada vez mais madura e consciente do que quer. Sem se deixar envaidecer por quem a elogiava nem influenciar por quem a critica. Norah se diz consciente da volubilidade da opinião dos críticos e diz ainda se importar apenas com seu compromisso com o público que segue tão fiel a ela quanto ela à musica.
A garota nada polêmica, pode até parecer para alguns se perfazer em sua timidez no palco e sua reserva na vida. Mas o que realmente importa é a atitude de coragem de Norah Jones de manter firmado o compromisso maior que todo artista de essência mantém, o compromisso com a música.
Rayssa Medeiros
quarta-feira, 21 de março de 2007
O Távola!
Bom, como o próprio título já anuncia o Távola é um espaço de discussão de idéias, não formal como a tradicional redonda, mas livre como as mesas dos botequins que circundam nossa querida universidade. Ah claro! o quadrada de onde saiu? Do fato de sermos 4 colaboradores fixos. O que não quer dizer que apenas as nossas idéias serão abordadas. Ao contrário pretendemos ceder lugar aos nossos ilustres convidados e a quem quer que se interesse em nos mandar um texto, um artigo, ou reportagem por email ( contanto é claro, que o arquivo enviado seja de sua autoria). Por enquanto, isso é tudo que tenho a dizer. Mas calma que eu também sei escrever coisas interessantes( ao menos eu acho!). E por que que eu escrevi assim com tanto enfeite? Deu na telha =D!!! Como já disse antes, não temos regras rígidas, a não ser é claro uma boa ortografia que é o mínimo que se espera de um futuro "formador de opinião".
Rayssa Medeiros