quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Anatel


Por Andrea Lacerda

Bem, esta grande empresa de telecomunicação aí criou um bloqueio para quem faz o famoso 3segundos. É, disso eu já sabia e desde que o meu celular foi bloqueado por 24h por fazer as tais ligações eu não as repeti. Prefiro gastar a passar pelo imenso desprazer de ficar sem poder originar ligações para qualquer número que não seja o *144 por intermináveis 24h.
Mas hoje eu tive uma surpresa ao ligar para uma amiga por 3 vezes seguidas sem ser atendida tendo a ligação desviada para a caixa postal, na qual prefiro não deixar mensagem por saber que os meus amigos estudantes e lisos não vão acessar e desligar por essas três vezes naquela mensagem insuportável de "sua ligação será encaminhada para a caixa de mensagens e estará sujeita a cobrança após o sinal" e ao fazê-lo vi meu celular bloqueado.
Obviamente liguei para o *144 e fui atendida por um funcionário não muito simpático que me informou que ao desligar essas três vezes foi considerado que eu tivesse feito ligações curtas (essa é a forma correta para os "3 segundos").
Que legal! Eu sou obrigada a deixar recado na caixa postal ou não posso deixar que o telefone chame quantas vezes se fizerem possíveis.
Eu imaginava que como existia aquele aviso é porque eu tinha o direito de escolher se continuaria ou não a chamada.
Bem, continuando minha infeliz experiência com a OI e a ANATEL(porque esta que criou o sistema) esse funcionário diz que só pode resolver a situação com o gestor da minha empresa, haha, jura que eu vou incomodar um funcionário do TRE-PB que provavelmente está cuidando dos processos dos nosso "adorados" parlamentares com isso.
Pedi para que o funcionário me transferisse a um superior e fui informada que todos estariam ocupados, nossa, como eu sou desimportante. Mas eu disse que aguardaria já que estes não deveriam demorar muito mais que 24h. Mas esse funcionário "educadíssimo" da minha maravilhosa operadora fez o favor de me transferir para o tu-tu-tu(sinal de ocupado ou de que caiu a ligação).
Liguei novamente e fui atendida pela Elizângela, essa sim é uma funcionária que deveria até ser promovida, mas acho que ela deve ter um futuro melhor que este. Ela procurou ver e me disse que os supervisores estavam em reunião, mas que conseguiu falar com alguém sobre o meu caso e que me daria um retorno antes de sair da empresa o que seria as 21h.
Que bom! Alguém deu valor a uma "assinante" de um desses planos empresariais que foram mudados antes do prazo de 1ano estipulado em contrato.
Pena que acabo de receber uma mensagem do antendimento, da tal Elizângela que agora descobri que é Pires dizendo que para retirar meu bloqueio só mesmo um dos supervisores.
Tudo bem, minha quase amiga Elizângela também me prometeu que um deles (supervisor) entraria em contato comigo para ver o que poderia ser feito com relação à minha reclamação.
Se eles vão resolver ou não, eu não sei, mas quando eu estava errada eu fiquei quieta, agora eu estou certa.
Preciso do celular e o PROCON existe para acertar esses probleminhas, não é?


Se liguem e não insistam em ligar para alguém que não pode te atender naquele momento por algum motivo, a sua operadora pode ficar brava com isso!


Foi longo, mas foi um desabafo!

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Ariano Suassuna e José Costa Leite, a cultura popular das feiras às academias.


Aconteceu hoje, na reitoria da UFPB, uma homenagem aos 80 anos de Ariano Suassuna e José Costa Leite. Os dois notáveis paraibanos, apesar de terem trilhados caminhos diferentes, ministraram com igual grandeza a palestra que se seguiu às homenagens prestadas.
A sala lotada de estudantes, professores, funcionários e curiosos tiveram a oportunidade de assistir à brilhante apresentação do quinteto Itacoatiara, criado por Ariano na época em que lecionou na UFPB, que ao som de violino, viola, violão, flauta transversal e fagote; executou três belíssimas músicas: Contra-dança, Festa na senzala e Vento Nordestino. O escritor assistiu da primeira fila, em cadeiras reservadas, porém, dividiu o espaço com estudantes, incontidos diante do rítmo de Vento nordestino, que lotavam o chão dos corredores. Ele foi amável todo o tempo e muito paciente com todos os que arriscaram colocar seu lado tiete para fora. Logo após, Houve a apresentação de um grupo de poesia musicada, que além do interprete que declamava; contava com violino, viola e percussão.
A homenagem se seguiu com a convocação de uma mesa de honra formada por figuras notáveis, no campo acadêmico e estadual, onde discursaram o secretário de educação do estado Neroaldo Pontes e o reitor Romulo Polari . A mesa de honra foi desfeita, nela permanecendo apenas os homenageados e a professora Idelette Muzart Santos, da Paris X e ex-professora da UFPB, que presidiu a "palestra-debate" e ministra o curso "As vozes de Ariano Suassuna: oralidade e criação na obra teatral romanesca" destinado aos alunos de mestrado e doutorado até o dia 27(sexta-feira).
Idelette mostrou-se muito à vontade, apesar de ser francesa ela escreveu vários artigos e livros sobre a obra de Ariano, além de ter traduzido folhetos de cordel de Costa Leite para o francês. Em um discurso Breve e consistente, onde ressaltou os pontos de coincidência entre os dois autores (de formação tão distinta), ela deixou aberta a passagem para a palestra de Costa Leite.
O Cordelista e Xilógrafo abriu o discurso tímido e modesto, junto a Ariano Suassuna usou a analogia, "é mesmo que uma formiga e um elefante". A comparação foi derrubada pela platéia que ovacionou o poeta emocionado ao relatar as dificuldades da vida do cordelista nordestino. José Leite tocou fundo as emoções do público atento. Bem humorado, revelou o segredo de sua lucidez em plenos 8o anos, a serem completados daqui a 2 dias, " eu escrevo um cordel de pelo menos oito páginas todo dia, isso ajudou a minha cuca gasta". José ainda recitou a "oração do cachaceiro" e contou "o causo do menino que queria um sapoti em São João do Cariri". A exposição homônima das Xilogravuras de José Costa Leite ficarão expostas no hall da reitoria.
Ariano Suassuna abriu sua palestra calmo; no entanto, cutucou, fez rir e indignou a todos. Comentou a polêmica acusação de que ele seria um localista arcaico com muito bom humor e ferrenha posição. Criticou duramente a poesia matuta, acusando-a de caricatura mal feita da poesia popular. "Para fazer uma obra de verdadeira garndeza não é apenas necessário fazer e querer, é necessário estar impregnado daquilo que se escreve." Disparou o escritor. Ariano ainda voltou a discutir a sua preocupação com a forma, com a deturpação da beleza. Afirmou ter horror à arquitetura pós moderna e se disse incomodado com a aparência de Brasília, "A impressão que eu tenho é que fizeram um susto a Brasília e ela empalideceu pra sempre".Em comparação Ariano ressaltou a beleza da "casa de flor" construída por seu amigo Gabriel Joaquim dos Santos, a qual é toda construída com cacos de vidro e pedaços de material escolhidos por Gabriel. A casa localiza-se no interior do estado do Rio e é tida pelo ecritor como padrão de beleza. O dramaturgo tratou com humor o fato de o seu amigo não ter se casado nem estabelecido patente para a casa, "Gabriel fez um voto celibatário arquitetônico". Ainda brincando com a questão da arquitetura Ariano relatou que "se morrer" pede a Deus que isso não aconteça no distrito federal; " É o cemitério mais desconfortável do mundo". Ainda em tom de brincadeira ele tratou da questão da cultura massiva no país. Irônico mostrou um jornal que tinha o grupo calypso como "a cara do Brasil", Ariano recitou "pra me conquistar você tem que suar, pra me conquistar você tem que balançar" em tom seco provocando o riso dos espectdores. Ainda comentou a manchete que dizia ser Chimbinha(guitarrista da banda) genial, "Se Chimbinha é genial, Bach o que é?".
Sobre os grupos políticos que no passado o criticaram Ariano foi taxativo; "eu continuo no mesmo lugar a oposição é que mudou". Citando uma entrevista feita no dia anterior por um jornalista ele ainda alfinetou, "onde estão os grupos de vanguarda pernambucanos que me criticaram? na retaguarda!". Ainda bem humorado o romancista voltou à "casa da flor" para falar de criação. "É isso que o artista faz, pega os cacos e transforma em flor!"
Ariano Suassuna saiu do encantamento à indignação ao ler a carta protesto escrita por ele há alguns anos atrás. "A economia de mercado é a base da putocracia", "a base da igualdade é a justiça". Ele revelou ainda sua indignação com a política neoliberal e com a social democracia."Outras coisas eu até podia perdoar mas a CVRD eu não perdôo!" Na carta, Ariano revelou-se cansado e triste com o que via, "a face verdadeira dos meus sonhos, um Brasil que teria sido e que não foi". Com um sorriso esperançoso revelou, no entanto, que o texto havia sido escrito em um momento de imenso desgosto, e que ainda cabia a ele continuar fazendo a sua parte. Ariano saiu como entrou: sob os holofotes. Só que dessa vez retirou as expectativas e deixou em todos uma sensação de orgulho e esperança que alegrou os ouvidos de um auditório boquiaberto e lotado.



Texto de Rayssa Medeiros com a colaboração de Eloísa França.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Depois dos iates o best seller


Depois de escândalos nacionais, iates em miami e declarações explícitas de como enganar os fiéis em cadeia nacional, ainda assim, a cada dia o número de adeptos da Igreja Universal do Reino de Deus cresce vertiginosamente.
Com templos suntuosos, inaugurados em capitais brasileiras, um dos maiores canais televisivos do país, além de muitos outros bens e a mais nova aquisição do bispo, uma mansão de 18 suítes em Campos do Jordão. Edir Macêdo prova que a rentabilidade da Igreja é maior do que a de qualquer outro negócio, como se não bastasse tudo isso, o bispo agora vai virar livro. Isso mesmo, se gundo O DIA, a biografia do bispo será escrita por Douglas Tavolaro, diretor de jornalismo da rede Record, e tem tiragem inicial de 1 milhão de exemplares, será publicada pela Larrousse e tem lançamento previsto para outubro. E quem duvida de que a editora terá que imprimir pelo menos... mais umas 10 vezes a quantidade inicial? Afinal de contas seria este o segundo "livro sagrado"?

sábado, 30 de junho de 2007

MPE pede a cassação do governador da PB


Parecer do Ministério Público Eleitoral da Paraíba (MPE-PB) pede a cassação do mandato do governador do estado, Cássio Cunha Lima (PSDB), e do vice-governador, José Lacerda Neto (DEM). A ação pede ainda a realização de novas eleições. A representação, que foi interposta pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), acusa o governador reeleito da Paraíba de abuso do poder político e econômico, que teriam sido caracterizados pela distribuição de cheques pela Fundação de Ação Comunitária (FAC) a eleitores.O advogado de Cunha Lima, Luciano Pires, disse que não se surpreendeu com o parecer do procurador regional eleitoral, José Guilherme Ferraz, porque ele é autor de uma outra ação com o mesmo teor e, portanto, o parecer só poderia ser igual à ação que ele moveu."Não é surpresa nenhuma o parecer. Inclusive, nós estamos questionando a conduta do Ministério Público Eleitoral na Paraíba. É inconcebível o Ministério Público atuar ora como parte ora como fiscal da lei. Essa dupla atuação está sendo questionada no TSE", afirmou Pires ao G1. De acordo como o MPE, o governo da Paraíba, através da FAC, distribuiu 30 mil cheques de R$ 150 a R$ 200 no início do ano eleitoral, totalizando cerca de R$ 4,5 milhões. Os cheques, conforme a denúncia, foram emitidos para pessoas pobres pela FAC. No entanto, segundo o parecer do Ministério Público Eleitoral, não havia base legal orçamentária no governo e na Fundação de Ação Comunitária para execução do programa de distribuição de cheques nem exigência de comprovação de condição de carência do beneficiário. De acordo com auditoria do Tribunal de Contas do Estado, o governo tucano gastou com os auxílios em maio e junho de 2006 cerca de 98% do que foi gasto em 2005. O programa foi suspenso em junho de 2006 pela Corregedoria do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba. O advogado do governador, porém, questiona as denúncias. "Na Paraíba, existe assistência social às pessoas carentes desde 1999, com previsão legal desde 2002. Existem diversas formas de assistência social às pessoas e uma delas é a ajuda financeira", disse Pires. Segundo ele, "existia execução orçamentária em 2005 e o fundo foi criado por lei específica". Para Pires, o Ministério Público Eleitoral não é o "senhor da razão". "O Ministério Público erra e nós temos confiança e convicção que teremos êxitos nesta questão", afirmou ele ao G1.


*

Fonte: Portal de Notícias da Globo

Xereta: Giovanni Alves

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Anos 80, a década dos efêmeros.

























Essa semana remexi no baú de saudosismos e ouvi todas as velharias a que tinha direito. Confesso que sou antipática a certas coisas da década de 80 (década essa em que nasci), mas ouvi tantas coisas boas cujo rumo não faço idéia. Aliás, acho que quase ninguém faz. Tudo bem que grande parte dos grupos de grande sucesso na década, não acabaram ou sumiram completamente, mas não tem sequer, o rastro do sucesso meteórico que um dia fizeram. Eram boas músicas, boas bandas... Até no metal farofa a de se adimitir que coisas boas foram produzidas. Se na música não se ouve falar de grandes bandas, no cinema então, nem se fala. Afinal, por ende andam Jennifer Grey, Milla jovovich, Patrick Swayze e tantos outros... Claro, vocês podem me dizer que eles até fazem um filminho ou outro, ou que não eram grandes atores, para merecerem se manter de pé... Mas o fato é que nos anos 80 a velocidades como artistas subiram e desceram foi vertiginosa e a queda irrecuperável. Tá vendo aí? nem só de bandas de pagode brasileiras vive o fracasso.

Rayssa

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Sonho Moderno

Irei falar de coisas modernas
Não quero que pensem
Que vivo para o passado.
Não quero que pensem
Que sou mais um nostálgico.
Não quero que pensem
Que acho pior o futuro.

Falarei da modernidade
Mais antes....
Vocês se lembram
Da semana de 22?
Aquela ruptura do tradicional?
Então...
Quero ser moderno.
Fazer poemas para maquinas.
Saldar os motores a diesel.
Louvar a nuvem negra
Escarrada por alguma chaminé.
O ronco dos automóveis.
O grunhido das locomotivas.
Quero saldar os brinquedos futurísticos.

Ser amante de maquinas voadoras
E habitante estrelar.
Quero saudar a modernidade
Com suas sondas espaciais
Vasculhando o entulho do universo.
Quero pensar no meu amigo
Com inteligência artificial.
Chamar sua mãe de puta
Que trepa com qualquer maquina lubrificada.
Ter proteção via-satélite.
Passar minhas férias no cinturão de Kuiper.
Para acreditar que o sol
É só mais um ponto a lumiar.

Quero desmaterializar quando falecer.
Não quero que meu corpo
Seja comido por verme qualquer.
Quero acordar saldando
Admirável mundo novo.
Quero ter certeza de que
Não haverá pobreza,
Pois os pobres?
Os pobres serão dizimados.
Eles desaparecerão com
Suas queixas, feiúras e lamurias.Tudo será belo, moderno, hi-tec.

O ar?
O ar será puro.
Todo o oxigênio será filtrado.
Não haverá impurezas,
Tudo esterilizado.
Arvores serão apenas coisas exóticas.
Todo o alimento será pensado.
Geneticamente modificado para
O conforto do ser humano.
Só estou indignado com os velhos.
Eles com essa mania de se congelarE acordar no futuro.

Deixe-nos em paz!
Vive e aprecie sua realidade.
Não venha nos dizer que está melhor.
Nós sabemos que está melhor.
Tudo está melhor.
Avaliado, reformulado, aprimorado.
Sou moderno, sou de ultima geração.
Não haverá confusão,
Todos nós seguiremos um padrão
De comportamento,
De alimentação,
De estética e para quem quiser
Também de religião.
Vou escolher a face de meu filho.
Pois nada será feio no mundo moderno.

Philippe Wollney

quinta-feira, 14 de junho de 2007

CONTO - O fruto

Discuto com os vizinhos sobre ética, cidadania, democracia. Não que saiba, de fato, o que são, mas através da troca de idéias expurgo meus preconcetos e sei, mais ou menos, o que querem as pessoas. Hoje elas querem mais honestidade. Mesmo, às vezes, elas não sendo éticas consigo mesmas. Sei o que poderá me acontecer. A justiça não é cega para mim. Espero há décadas por um representante que seja fiel a seus princípios. Que seja honesto. Me decepciono a cada eleição. Pelo contrário, observo pela tv um bolo fétido de escrotos tirando uma com a minha cara. Com meu dinheiro. Com minha paciência. Minha esperança. Cansei! Sei que as coisas não caminham por aí. Mas sei que assim não podem ficar.
- Vou acordar o Brasil.
- Pois não?
- Eu queria uma corda forte...
- Quantos metros?
- Sei lá. Que fosse grande e forte. Que dê para amarrar um porco.
Comprei também algemas, estiletes, fita adesiva. O rapaz ainda deu desconto por ter comprado um revólver vetusto.
Saí da loja. Brasília é estranha. Não tem esquinas. E faz um calor infernal.
Preciso alugar um carro, um lugar para ficar. Porque comprei a arma? Uma de brinquedo bastaria. Ou não. Se é por uma causa séria, eu fiz certo então.
Um orelhão:
- Alô, é do Correio Brasiliense?
- É.
- Eu tenho uma informação importante...
Agora é só esperar. Um deputado sai cercado de gente. O revólver esquenta na cintura:
- Pra trás todo mundo! Gritos.
O deputado paralisou:
- Tô aqui só pra levar ele.
- Não!
- Sim, você, seu filho da puta!
Coloquei-o no carro. Parti desesperado. Aluguei um quarto próximo do sequestro. Sequestro? Eu não sou sequestrador! Sou um cidadão! Vou acordar o Brasil! Algemado no quarto o deputado chorava:
- Eu nem acredito que vocês choram. Porco não chora! Gritei.
A primeira luz de câmera:
- Até que em fim chegaram. Depois veio outra emissora, e depois bombeiros, e depois advogados e por fim a polícia. Essa hora as manchetes já devem estar alertando as pessoas.
O negociador:
- Qual o seu nome?
- Povo!
- O quê?
- Povo População Indignada da Silva.
Gargalhei. Ele fez silêncio.
- Eu quero honestidade, disse.
- O quê?
- H-o-n-e-s-t-i-d-a-d-e!
Foi comunicar ao outros. Enquanto isso o roliço deputado chorava. Eu ria.
- Povo!
- Oi, capitão?Respondi.
- Tá certo. Vamos te dar isso, mas primeiro solte o refém.
Chorei de rir ao lado do deputado. Trataram tão fisiologicamente a situação que não aguentei:
- Não é assim, capitão. Eu quero que os políticos desse país nos levem a sério. Eu sou o fruto do escárnio parlamentar para com a população brasileira. E eu sei que até o senhor, capitão, quer isso também. Portanto, você está do meu lado, não contra mim.
- Entendo. Mas não é assim que a banda toca. Não sequestrando. Ameaçando.
- E é como então? Me diga, senhor capitão, que eu solto esse chorão na hora!
- É votando.
Não aguentei novamente. O deputado riu comigo.
- Vamos ser obrigados a invadir.
- Eu estouro a cabeça dele!
O deputado parou de rir quando ouviu:
- Já avisou a imprensa do que eu quero?
- Já.
- E o que é?
- Honestidade!
Pela fresta da janela eu via os jornalistas frente às câmeras.
- Sou o fruto do escárnio parlamentar, gritei num tom triste.
- Tenha calma. Todos somos, respondeu o capitão.
Comecei a chorar copiosamente. O deputado ficou atônito. Parecia entender. Senti um leve silêncio. Previ a invasão. Antes disso, tirei o revólver da cintura, apontei para o deputado e atirei. O primeiro e único tiro da minha vida, até invadirem violentamente o quarto e me transfomarem em alimento de piranhas metálicas. Tentando acordar o Brasil fechei meus olhos para sempre.
*
GIOVANNI ALVES

terça-feira, 12 de junho de 2007

Promessas matrimoniais


Sei que o título não tem muito a ver com o dia, mas quem sabe alguém não pede sua alma gêmea em casamento??

Achei esse texto no jornal, em 2004, achei lindo e tenho até hoje.

"Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-o(a) e respeitando-o(a) até que a morte os separe?"
Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões: Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?
Promete ser amiga(o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso transforme-a numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?
Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?
Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para ajudá-lo, assim como você a ela?
Promete se deixar conhecer?
Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?
Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?
Promete que não falará mal da pessoa com quem se casou só para arrancar risadas dos outros?
Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?
Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?
Sendo assim, declaro-os muito mais do que marido e mulher: declaro-os maduros"

Mário Quintana.

domingo, 3 de junho de 2007

Contrastes

Tida como a capital mais verde do Brasil, João Pessoa vem se deparando com administrações que deixam muito a desejar no aspecto cultural dessa calma, bela e acolhedora cidade.
Com mais de 420 anos de história, a terceira mais velha cidade do país se perde em tanto encanto. Porém passear pelo seu centro histórico nos da um mesclar de admiração e pena. Obras soberbas, mas que se apresentam tomadas por cupins e mato,um total descaso. Lugares amplos, com pouquíssima violência e de fácil acesso, mas que, infelizmente, não fazem parte dos planos de cuidado dos governos. Investimento na cultura e no lazer? Onde? Se até o Zoológico não tem condições alguma para passeio, com animais que não se sabe como ainda estão ali e com sujeira espalhada por todo o lugar. Se a tão conhecida e antiga Bica da cidade secou, já era, virou lenda. Se as esplendorosas praças históricas não passam de lar para pessoas que não tem onde morar.
Embelezar superficialmente a cidade? Fácil de mais! Esquecer o início e alicerce da mesma? Mais fácil ainda! Visto que boa parte da própria população está mais preocupada com o lugar que habita o Porteiro do Inferno e com outdoors que vão de encontro aos princípios morais da Igreja.João Pessoa não é só praia nem tão somente Lagoa. Temos história, prédios possuidores de uma arquitetura brilhante, rara de se encontrar. Capital mais que linda e adorada. Não é possível que essa encantadora cidade se deixe cair em ruínas e exalte tanto o lugar do Porteiro do Inferno.

Nadja Braga, estudante de Jornalismo da UFPB

A Pura Realidade


Ao avistar o mar, estava lá, uma das maiores entre as criaturas, um poderio imenso, nos olhos de fuga perdidos estava o tormento, a dor, a figura de um animal feroz e ao mesmo tempo uma dócil baleia.

O maltrato aos animais é a pura realidade da falta de consciência da humanidade, quantas espécies estão em extinção? Têm-se projetos voltados para a preservação da fauna e flora, mas o incentivo da população ainda é muito precário, se um humano toma o habitat de algum animal ele não injustiçado, mas se um animal protege o seu habitat é tido como um ser agressivo.

Segundo o IBAMA, nos últimos cem anos milhares de espécies entraram em extinção, um dos fatores que contribuem para isso é o tráfico de animais silvestres, principalmente dos que habitam a Floresta Amazônica, dentre eles é possível citar: Ararinha, Arara-Azul, jaguatirica, lobo-guará, mico-leão-dourado, onça-pintada, tamanduá-bandeira, tatú-canastra, veado-campeiro, entre outros. Além desses animais, o litoral brasileiro, hoje conhecido por Amazônia Azul, uma faixa com alta área habitada por diversas espécies aquáticas, está passando por mudanças, tudo isso ocasionado pelo próprio homem, ainda existem espécies desconhecidas, claro, isso ocorre devido a Biodiversidade, vários cientistas estudam para desvendar este mistério tentando descobrir ao certo as origens e as diversidades de espécies de animais existentes.

O importante é conscientizar a população que isso é um desrespeito para com a natureza, divulgar ainda mais os projetos, como fazem o Greenpeace e o Projeto da Baleia Jubarte mantido pela Petrobrás, aumentar a fiscalização no caso dos tráficos de animais, fazer o possível para garantir a vida desses seres vivos, o Brasil é um país rico, devemos dá o exemplo à sociedade mundial, não deixar que o país seja explorado internacionalmente, ocasionando perdas e destruições dos seus ecossistemas.

Pollyanna Gomes

sábado, 2 de junho de 2007

Emails sobre o criança esperança

Como Andréa havia prometido, ela me mandou hoje os emails que ela não pôde ler em sala sobre o criança esperança. Estou aqui postando os dois. Obrigada Déa pela contribuição e vocês leiam com atenção e tirem suas conclusões.


e-mail sobre impostos da Globo

“Criança Esperança - Você pagando o imposto da Rede Globo.

Quando a Rede Globo diz que a campanha Criança Esperança não gera lucro é mentira. Porque no mês de Abril do ano seguinte, ela (TV Globo) entrega o seu imposto de renda com o seguinte desconto: Doação feita à Unicef no valor de (aqui vem o valor arrecadado no Criança Esperança). Ou seja, a Rede Globo já desconta pelo menos 20 e tantos milhões do imposto de renda graças aos babacas que fazem as doações! Agora vai você colocar no seu imposto de renda que doou 7, 15, 30 ou mais pro criança esperança. Não pode, sabe por que? Porque Criança Esperança é uma marca somente e não uma entidade beneficente. Já a doação feita com o seu dinheiro para o Unicef é aceito.E não há crime nenhum aí, você doou à Rede Globo um dinheiro que realmente foi entregue à Unicef, porém é descontado na Receita Federal como doação da Rede Globo e não sua”.

e-mail em defesa

“Quando li o e-mail, de imediato, não acreditei na autenticidade das informações ali contidas. Não conheço a pessoa que o subscreveu, já que não consta no texto, mas resolvi checar. Não que eu seja fã da Globo, porém, a denúncia era muito séria e merecia ser esmiuçada.

O “esquema” relatado é juridicamente impossível, já que não é qualquer doação que pode ser deduzida, muito menos aquelas feitas por telefone a entidades que sequer existem, como acredita o amigo ser o Criança Esperança.

Há vários tipos de deduções, com alíquotas diferentes, e sempre a entidade (com um CNPJ próprio) necessita ter algum tipo de Certificado ou mesmo Projeto aprovado, como o da Lei Rouanet. Caso contrário, a doação deve ser feita a algum fundo público social, como os Municipais de amparo à Criança e ao Adolescente, por exemplo. Não é possível também doar serviço ou cobrar custo com artistas e depois efetuar qualquer tipo de dedução.

Pois bem, mesmo sabendo disso, resolvi investigar. Acessei o site http://criancaesperanca.globo.com e cliquei no ícone “Doe agora”, já que as doações pela internet podem ser feitas durante todo o ano.

Para fazer um teste, gerei um boleto bancário em meu nome no valor de R$ 500,00. Como Cedente aparece o nome “Criança Esperança” e no campo CNPJ o número 03.736.617/0001-68.

Depois disso, acessei o site da Receita Federal e chequei a situação cadastral do CNPJ informado no boleto. Trata-se do CNPJ da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (nome fantasia “Representação da Unesco no Brasil”), cuja sede fica em Brasília.

Diferente do que afirma o autor do e-mail, quando se doa para o Criança Esperança, não se coloca o dinheiro na mão da Globo pra ela manipular como quiser, doa-se diretamente à Unesco que tem legitimidade para transferir quantias à outras Associações que têm o mesmo objetivo estatutário (a lista de entidades beneficiadas também pode ser consultada pela internet).

Pela lei não é possível fazer qualquer tipo de dedução quando se doa a um organismo internacional, mesmo que seja à sua extensão brasileira.

Não satisfeito, entrei em contato, por telefone, com a Unesco. Primeiro liguei para São Paulo (11- 3105-7606) e depois me passaram um contato da sede de Brasília (61-2106-3500). Fui extremamente bem tratado e relatei o que tinha acontecido. Disse que, como habitual doador do Criança Esperança, precisava checar as informações de qualquer maneira e que, como acredito ser a Unesco um órgão totalmente transparente, não me negariam quaisquer esclarecimentos.

Disseram-me o que já sabia!

TUDO que é arrecadado com o Criança Esperança, sem exceções, é destinado diretamente à Unesco que, posteriormente, distribui entre dezenas de ONGs do território brasileiro (este ano foram 64).

TODO o custo para a realização da campanha é arcado por aqueles que se dispõe a oferecer produtos e serviços. Por exemplo, a Globo vincula as chamadas e a própria campanha na TV e realiza o show de encerramento. Os cantores e artistas que se apresentam não cobram nada e até mesmo a empresa que recebe as ligações, as companhias telefônicas ou as instituições financeiras abrem mão de receber qualquer tipo de remuneração pelo trabalho que prestam. É assim que funciona.

O fato de um banco não cobrar pela ficha de compensação, ou a empresa do 0300 pelo serviço técnico, ou um cantor pela apresentação no show de encerramento, não lhes permite deduzir qualquer quantia no Imposto de Renda, já que doações em dinheiro só são feitas à Unesco.”

sábado, 19 de maio de 2007

Sexo, sexo, sexo... Pó... Sexo e sexo!



Todos "sexam". Transar está em desuso. Cheirar é cult. Tudo parte do grotesco. O tema do 3º Cineport, festival de cinema que reúne produções dos países de língua portuguesa realizado na cidade, parece ser mesmo o grotesco. Filmes como Fúria e A concepção -- só para citar os mais empenhados -- abusam do escárnio, do tratamento escatológico dado ao cotidiano. O ridículo ganha espaço no terreno da realidade tratada pelos roteiros, possíveis ganhadores dos prêmios oferecidos pelo festival.

O curta-metragem Fúria, ficção de Marcelo Laffitte (Brasil), em especial, chama a atenção pela performance. Os atores iniciam um ritual de autofagia, regado a heroína e sexo, em meio a citações filosóficas. Os Deuses e semideuses gregos são exaltados, o que serve de trilha para o estupro concedido que se desenrola. Uma relação bizarra em que "ele" parece ser o cafetão que ama sua única puta. Já "ela", depois de ser violentada com amor, vai para a rua. Para a lida. A noite reserva diversão, sexo e drogas. Ela sustenta o vício. Volta sempre para casa com mais pó e seringas novas. A poesia paira no ar como vapor resultante da transpiração daqueles corpos que exalam alcalóides e morfina sintetizados. Suor podre e cheiro de carne suja. Por fim, e não menos clássico, ela se afoga no próprio vômito tendo que engolir aquilo que acabara de rejeitar. Poesia em forma de lixo.

Parece ser uma tendência da produção cinematográfica brasileira nos últimos anos, retratar de forma crua a realidade como ela acontece de fato. Um verdadeiro movimento vanguardista, levado à cabo por nomes que ebulem no mercado. Deles, Fernando Meirelles talvez tenha sido responsável por um marco no cinema nacional que foi o filme Cidade de Deus. O longa levou o lado negro, em todos os sentidos da palavra, dos morros cariocas às telas do mundo inteiro. Ficção-realidade para inglês ver. Uma obra que assusta pela violência que retrata, e da qual a maioria dos brasileiros tem conhecimento. Mas que quando jogada na face causa engodo e mal-estar.

Para que não fiquem dúvidas sobre o tipo de crítica que é aqui escrita, adianto que tal movimento (a que me referi como de vanguarda) é digno de aplausos. A vida deve ser -- salvo belíssimas exceções -- retratada como ela é. Mas talvez, não mais que talvez, o vírus da moda já tenha infectado esse tipo de produção. Tantas substâncias e tanto sexo juntos formam uma mistura explosiva, que é apreciável até pouco antes de explodir. A força com que se está retratando estes temas, acaba por causar asco naqueles que vão ao festival em busca de algo fantástico. Estaremos fadados ao cinema local ? Conseguirá o homem-aranha atender a nossas necessidades ? A boa e velha ficção está sendo patenteada por Hollywood (a que não é nordestina) ? Afinal, assistir em ordem seqüencial mulheres alucinadas afogando-se em vômito ; homens transtornados fazendo sexo a três em alguma boite da zona ; irmãs desajustadas que transam na banheira, enquanto a mãe assiste a televisão na sala, depois de uma noite de orgias ; meninas que relatam suas fantasias sexuais em diários pessoais, e senhoras completamente chapadas que não falam nada com nada, não pode ser -- nem é -- tão agradável assim. Ao que parece, a criatividade deu lugar à mediocridade do real.


Por Caio Gomes.

sábado, 12 de maio de 2007

Especial CinePort II

Sexta foi o meu último dia de CinePort, pois não tenho a intenção de comparecer no fim de semana, apesar da Cidade do Cinema ser muito agradável. Claro, a população aumentou muito nesses últimos tempos, mas duvido que estivessem esperando que o evento desse tão certo.

Mas deu. O que me deixa feliz. Apesar de saber que havia muita gente ali única e exclusivamente porque a entrada era barata e provavelmente ninguém os expulsaria das tendas de exibição quando começassem com a gritaria no meio do filme. Pena. Realmente é uma pena.

Mas vamos ao que interessa!

Quinta, 10 de Maio

A tenda Andorinha Digital é menor do que a outra, mas comportou bem os espectadores. A entrada é a coisa mais fofa, com 3.000 bonecas de pano feitas por alunas de colégios da cidade. Há, também, várias paredes grafitadas com a temática "cinema". Dentro da tenda é menos gelado do que na tenda Andorinha, então não é tão ruim assim caso você esqueça o casaco.

Às 21h30 foram exibidos diversos curta-metragens, 4 brasileiros e 2 portugueses. Os dois primeiros curtas exibidos deixaram a desejar, já os outros valeram muito a pena. Apesar de amplamente divulgado no YouTube, me acabei de rir com "Tapa na Pantera", brasileiro, ao assisti-lo (de novo). Outro filme que merece destaque é "Night Shop", portuquês.

O grande defeito desse dia foi o aparelho de DVD, que... bem... deu defeito. Saí antes do último curta, pois perdi a paciência quando tiveram que parar o penúltimo para limpar o cd. 3 curtas foram exibidos 2 vezes cada e esse penúltimo ia ser exibido pela 3ª vez. Não aconteceu nada parecido nos outros dias, mas esse detalhe me chateou um pouco.

Sexta, 11 de Maio

Cheguei atrasada e fiz pessoas ficarem me esperando. E sim, estou mencionando o fato no blog como forma de pedir desculpas e agradecer por minhas amigas lindas terem pegado entradas para mim para os dois filmes que eu queria ver.

A noite começou com "Árido Movie". Quem não viu, pode conferir no cinema, pois está em cartaz e vale a pena ser visto. Conta a história de um "homem do tempo" cujo pai que ele nem conhecia direito morre, no interior de Pernambuco, e ele tem que ir no enterro. O filme é uma viagem, usando as palavras do produtor, do diretor e de um dos atores, que estava presente no local e causou frenesi: Selton Melo.

Selton Melo foi um capítulo à parte na noite. Foi atacado, abraçado, beijado, pediram pra tirar foto, ele recusou, tiraram foto dele assim mesmo, ele foi simpático com todos, apesar de não ter tirado as fotos (com um bom motivo... imagina parar pra tirar fotos com as quase 700 pessoas ali na tenda?).

Após "Árido Movie" (já disse para assistirem? pois digo de novo!), fiquei para ver outro filme brasileiro: "O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias", que traz a vida de um garotinho deixado na casa do avô enquanto seus pais fugiam da perseguição política da ditadura militar. O filme é tocante e mostra um lado da época que ninguém parou para observar: vários daqueles que foram perseguidos, presos, mortos, torturados e afins eram pais. A vida de várias crianças da época foi muito difícil. Tanto para aqueles que perderam os pais por um ano quanto aqueles que os perderam para sempre.

Achei algumas cenas muito bonitas, no entanto, como uma em que as crianças aparecem correndo pelas ruas de São Paulo. Não se vê mais isso hoje em dia, nem em cidades calmas como João Pessoa. As crianças não têm essa liberdade de correr por aí, jogar futebol na rua. Muitos simplesmente ficam em casa durante as férias inteiras, jogando video-game, sem ter noção que num apartamento no mesmo prédio mora uma vizinha legal. A própria paixãozinha infantil, também retratada no filme, praticamente deixou de existir.

Voltando ao evento, mais uma vez tenho uma crítica para fazer aos freqüentadores do local, pois eles gritaram, passearam, desorganizaram as cadeiras, excluindo as passagens e, não bastasse isso, mais uma vez fumaram dentro da tenda. Será que é tão difícil assim não fumar por duas horas? Será que é difícil não gritar por duas horas? E precisa mesmo agir como uma manada desordenada de javalis, correr para dentro da tenda como se o mundo fosse acabar em 5 segundos e arrastar as cadeiras pra lá e pra cá, impedindo a passagem do resto das pessoas que desejam ver o filme? Quanto mais gente, menos educação. Incrível!

Sábado e Domingo:

Hoje será o último dia de exibição de filmes, a noite será encerrada com Cabrueira. Amanhã serão as entregas dos prêmios, não lembro de ter visto algum filme na programação.


Especial CinePort

Infelizmente eu não pude comparecer todos os dias ao CinePort, Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa, por abestalhamento meu, admito.

O 3º CinePort acontece entre os dias 4 e 13 de Maio, aqui em João Pessoa, na Usina da Saelpa, Epitácio Pessoa. Quem clicar aqui terá acesso ao site oficial, já que publicar a programação aqui é um pouquinho demais.

O evento contou com palestras e mesas redondas, que ocorreram na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) no início dessa semana, além do cinema volante, que acontece até domingo, em diferentes locais da cidade.

O evento traz longas, curtas, documentários e animações do Brasil, Timor Leste, Portugal, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Guiné Bissau e Cabo Verde, atendendo os mais variados gostos. Começa cedo, às 9h da manhã, com exibições direcionadas ao público infantil e a última exibição ocorre por volta das 23h. Mas não pense que pára por aí. Entre um filme e outro, há performances, esquetes e danças. Cada dia do evento é encerrado com uma atração musical e o Café Parahyba, que abre às 14h, só fecha após a saída do último cliente.

Os filmes podem ser assistidos nas tendas Andorinha e Andorinha Digital, os shows musicais podem ser vistos na tenda CinePort Música, há uma área com lojas e cybercafé e exibição de telas com o histórico de alguns homenageados pelo CinePort.

Na hora da fome, além das barraquinhas espalhadas pela área externa, há a tenda Cinema com Manjericão, que não tive a oportunidade de conferir, então não posso dar meu parecer a respeito nem para dizer se é caro ou não.

A estrutura do local está impecável, as chances de esbarrar com atores, produtores, diretores, roteiristas e escritores são enormes, tendo em vista que eles vieram de toda parte para ver o seu filme ser prestigiado no CinePort. A entrada custa apenas R$ 1. Sugiro que todos aqueles que tiverem a chance de ir apareçam, pois é uma experiência que vale a pena.

>>Terça, 8 de Maio

O comentário que tenho para fazer sobre esse dia é que fiquei impressionada com o local e a organização.

Tive pouquíssimo tempo, então vi apenas um trecho de um filme brasileiro "O Veneno da Madrugada". Como não terminei de assistir o filme, me abstenho de comentários, mas devo elogiar a organização e o respeito das pessoas pelo local.

As cadeiras mantiveram-se organizadas, celulares quase não tocaram e as pessoas conversavam pouco durante o filme. O que foi ótimo, pois havia um personagem que falava em espanhol e outro com um sotaque de Portugal. Como não havia legendas , era difícil entender o que falavam.

>>Quarta, 9 de Maio

Com mais tempo e maior disposição, pude ver dois filmes, o português "Coisa Ruim", um suspense muito bem trabalhado, e o brasileiro "Mulheres do Brasil", sobre o qual pretendo escrever de forma mais detalhada.

Nesse dia a organização não foi assim tão boa. Não por conta do evento em si, mas das pessoas ali presentes. Nenhuma delas respeitou as fileiras, arrastando cadeiras e bloqueando as passagens que haviam sido deixadas para que as pessoas pudessem transitar na tenda sem dificuldades. Os celulares não foram problemas, mas os fumantes capricharam e exerceram seu hábito dentro das tendas, o que considero uma grande falta de respeito aos outros espectadores.

O que achei muito interessante foi que colocaram legendas no filme português. Isso facilitou muito a compreensão das falas, já que não estamos acostumados ao modo lusitano de falar. No entando penso que deveriam usar legendas em todos os filmes, mesmo os brasileiros, já que havia estrangeiros presentes nas salas e imagino que, se o sotaque deles é difícil para nós, o mesmo deve ocorrer para eles.

Mesmo com essas poucas críticas, gostei muito do CinePort e pretendo morar na "Cidade do Cinema" pelos próximos dois dias.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Comentário sobre o texto: “libertar os animais: Humanizar a vida” do le monde diplomatique


O texto trata sobre a questão a muito discutida, e nunca resolvida, dos mal-tratos aplicados aos animais. Não só os silvestres que há muito têm quem lute por eles, mas também pelos domésticos. O texto se apóia nas teorias do professor americano de direito Gary Francione. O próprio Lê Monde Diplomatique-Brasil havia publicado o Manifesto pela libertação dos animais, que nada mais é que uma síntese das teorias de Gary. O manifesto procura mostrar àqueles que torcem o nariz aos discursos pró-direitos dos animais, que libertar os animais é uma maneira de se reumanizar, de acabar com as barbáries que o ser humano comete contra si mesmo.
O texto defende ainda a necessidade de repensar o tratamento dado aos animais, põe em choque a quantidade e o modo como os animais são mortos. As condições em que nascem e que permanecem até a hora de sua agonizante e cruel morte. Sendo um pouco mais ortodoxo, Gary sugere que o hábito de comer carne está desnecessariamente implantado na nossa cultura. E propõe ainda que a mercantilização dos nossos tempos é o que ainda estimula o comércio dos animais. Pois essa sociedade que tudo compra e tudo comercializa, considera os animais como meros produtos a serem utilizados da maneira que lhes couber. Além das experiências desnecessárias realizadas com animais, em faculdades, por exemplo, onde recursos audiovisuais seriam suficientes. Sem o reconhecimento de que aquele animal possui a capacidade de sofrimento. Na condição de coisas eles têm que ser rentáveis. E mesmo por essa óptica, Gary ainda expõe o alto custo de produção de um kilo de carne se comparado a outros gêneros alimentícios como o trigo, por exemplo. O autor é feliz ao ressaltar toda a genialidade do manifesto e das teorias de Gary conseqüentemente, sem é claro esquecer de aplacar os radicalismos. Afirmando que todo fundamentalismo é infeliz. E o que se vê é a abordagem de uma questão extremamente necessária com um olhar cuidadoso e bem baseado.

domingo, 6 de maio de 2007

Um crime quase perfeito: A Ficção Mata as Estrelas! Problemas de ética e comunicabilidade na televisão

O texto aborda uma temática que vem ditando o ritmo da produção audiovisual no Brasil: o grotesco e o sublime da vida cotidiana.

A ficção torna-se o espelho da realidade, com doses equilibradas de luxo e lixo. Não há mais espaço para uma visão romantizada da vida. O realismo neogrotesco invade as mídias de massa, aproximando o telespectador das “estrelas”, que encenam na tela situações cotidianas. O amor e o ódio nas telenovelas retrata a aceitação ou rejeição, por parte do público, a determinados assuntos.

A lógica de que não há “assassino” nem “vítima” (aqui empregados de forma existencial), serve de base fundamental para o entendimento do ser humano. Isto é, não há distanciamento entre os dois. As relações humanas precisam ser tratadas de maneira mais crua por parte das mídias. Observa-se isto nas novas safras do cinema nacional com movimentos como o de São Paulo e Pernambuco (para citar os encabeçam a lista); o cinema documentário ganha força; os reality shows alcançam picos de audiência, investindo em realidade – bem maquiada, é verdade – e em interatividade.

Apesar da visão positiva de que “a identificação dos indivíduos com as situações e personagens ficcionais asseguram uma parcela inegável de prazer”, essa realização hedonista vivenciada pelo público ganha mais fôlego em uma óptica na qual existe a necessidade de partilha de experiências catárticas e estéticas da massa com os veículos da mídia informacional. As telenovelas fazem parte da vida dos brasileiros e são motivo de orgulho por parte das emissoras, além de principal produto de exportação. Elas ditam a moda, quebram e instauram novas regras e padrões, destroem tabus. É claro que existem “critérios éticos, estéticos e mercadológicos” (como bem propõe o texto) que ditam o ritmo de tais mudanças na sociedade de massas. Toda a conjuntura é observada. Tudo faz parte de uma grande teia, um eterno ciclo.

Se “a punição da perfeição é a reprodução” – nas palavras de Éric Gans –, então vivemos a época da exaltação do imperfeito. De fato as imperfeições surgem a partir da reprodução. Só o único é perfeito. Porém se a perfeição é criminosa, e pouco rentável, a “cultura de massa” segue, aparada pela lei, como principal indicador das relações de interação e sociabilidade entre os indivíduos na sociedade contemporânea.

[1] Resenha do texto homônimo do prof. Cláudio Cardoso Paiva, UFPB, 12º capítulo de “As aparições do deus Dionísio na Idade Mídia”.

[1] Aluno do curso de Jornalismo da UFPB.



Caio Gomes


quinta-feira, 3 de maio de 2007

A Hipócrita Sociedade

A economia de energia elétrica é um dos assuntos mais enfatizados no texto, segundo o autor isso não significa apenas economizar por causa dos custos em dinheiro e sim em busca de uma melhoria da sociedade para que haja uma diminuição da desigualdade social. Uma questão bem interessante é que falamos tanto da pobreza no nosso país e muitos não imaginam que em paises localizados na África, por exemplo, a população não tem acesso aos tipos de energias que possuímos aqui, pois até para cozinhar seu alimento, as mulheres passam horas do dia procurando madeira ou até mesmo lixo para servir de combustível para seu fogão, no caso do lixo, é perigoso o bastante, pois ao ser queimado transforma-se em um tipo de energia chamada de Biomassa em que os vestígios deixados pela fumaça produzida são tóxicos, nocivos a saúde do ser humano podendo lhe causar até a morte, como acontece com muitas mulheres e crianças.

Apesar de o texto ser um pouco apelativo, as temáticas jogadas são explicadas de modo bem coerente, o problema é a falta de verba e incentivo para pôr em prática, ele estabelece uma relação de pobreza em que os próprios paises precisam ajudar e ser ajudados, ou seja, ele propor a igualdade social pelo menos entre os paises, porque para se ter acesso não só aos tipos de energia como também a saúde pública, escolas, moradia, emprego, tudo isso favorece a melhoria e ele interliga a energia a esse ponto levantando várias polêmicas como: como as crianças vão estudar se não tem luz a noite? Como resfriar os hospitais públicos para que se tenham um bom atendimento? Etc. Um exemplo bem comum são os automóveis que além de poluir o meio ambiente, causam acidentes, muitas vezes com vários óbitos, isso acontece devido à hipocrisia da sociedade.

Basicamente é essa a relação, precisa-se ter uma junção dos paises para propor os problemas, discutir e melhorar. Mas a pergunta é: qual o país que vai defasar sua economia para ajudar o outro? Muitas temáticas vão ser levantadas ainda sobre essa questão, pois a desigualdade social não irá diminuir “de um dia para o outro” como diz o ditado.


*Baseado no texto: Muito Mais que Novos Combustíveis

Jornal LE MONDE DIPLOMATIQUE

http://diplo.uol.com.br/

quarta-feira, 25 de abril de 2007

The way things are!!!

...confesso que o seminário sobre corpolatria está mexendo com o meu cérebro. Lia hoje sobre a exclusão que os pobres dos gordos sofrem(e não pensem que estou sendo perjorativa, não sou nenhuma beldade). A busca da perfeição estética está levando as pessoas a uma paranóia anti-gordura e de falta de solidariedade. Não sou contra os exercícios físicos, longe de mim, afinal, "esporte é saúde", mas falo das pessoa que se não vão à academia se sentem fracassadas e prontas para cometer suicídio, como se você não perder 400 calorias numa aula fosse um crime contra a humanidade, fazem dietas malucas e pra quê? Para passar uma imagem que provavelmente não reflete suas idéias e desejos, perdem suas personalidades entre colchonetes, bicicletas e esteiras.
Naturalmente, como seres humanos que somos queremos logo achar um culpado, e o culpado mais próximo é a cultura de massa(n falo do macarrão ou do pão) falo da tv, das revistas e outdoors, mas também daquela amiga que fica no seu pé do ouvido reclamando de cada mordida que dá na barra de cereal light dizendo que vai passar horas na bicicleta. Nessas horas sou bastante solidária aos gordos, afinal, sei do que falo, eles são descriminados por apenas não se encaixarem no estereótipo que alguma pessoa louca disse que era certo e os pobres se matam de malhar, de não comer, de apenas salivar pela batata. Nunca consegui passar mais do que 3 meses numa academia e sabe porquê? porque eu ficava com mais fome quando voltava da aula, uma inutilidade.
Aí entra a história do "gordinho boa praça", aquela pessoa redonda, fofa, que todo mundo adora mas ninguém quer namorar. Por que que gordinhos têm que ser simpáticos?? quer dizer que não posso ter meus dias de mau humor?? só magro pode?? inferno!!! O gordinho é visto pela sociedade como um fracassado, uma pessoa que não deu certo e os colocam no canto escuro da vida, onde só cabem os magros(afinal, gordo ocupa espaço!!absurdo!!) e tem que viver provando que pode ser melhor o tempo todo.
Namorar?? ixi, a coisa mais difícil do mundo. Do jeito que as coisas vão...menininhas só querem saber de menininhos bombados(mesmo de pinto pequeno) pra dar aquela voltinha na praia e mostrar o "segurança" que quando abre a boca só sai o relincho. Apesar de eu conhecer um menino que malha e não é burro(milagre!!!)

Por enquanto é só, quem sabe eu faço a parte 2??!!

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Amarelo Manga A poesia no meio da lama.


Um filme forte e sem floreios, essa é a primeira definição que me vem à cabeça. Fruto dessa nova e efervescente geração do cinema nordestino, mais especificamente do cinema pernambucano, Amarelo Manga possui um enredo que se passa no burburinho do lado pobre de Recife. O filme é uma crônica sobre o ser humano. Mais especificamente sobre o ser humano de classe baixa de um dos maiores centros urbanos nordestinos. Numa história que incomoda, inquieta e agride a consciência, o que se vê não é um maqueamento da pobreza. Tão pouco uma idealização dos personagens e do meio em que vivem. Mas se não há confetes, também não se pode dizer que há escárnio. Vencedor de vários prêmios em alguns dos mais importantes festivais de cinema do mundo, Amarelo é mais um representante dessa nova e rica onda de produções pernambucanas que vem acontecendo desde Baile perfumado. O filme faz, o que o cinema nordestino faz de melhor contar a história de sua gente.
Todo o cenário e toda a visão dos personagens são cuidadosamente colocados, de maneira a servir de pano de fundo para o tema principal do filme: O ser humano. O que se coloca em questão, o que se vê em destaque, são os sentimentos, pensamentos, perversões, desejos, sonhos e medos daquelas pessoas. Pode-se também afirmar que o filme parece às vezes ser construído sem edição, pois o que se observa é um todo de todos os personagens. Nenhum é enaltecido, mas todos são explicados. São então seres humanos em um ambiente denso e insalubre da periferia de Recife, cheios de nuances de caráter, nenhum é bandido ou mocinho. Cada um com uma particularidade, dentro daquele contexto social, acaba tendo uma função extremamente metafórica se comparados à humanidade como um todo. O filme, aliás, toca nas feridas sociais da cidade, sem ao menos dizer uma palavra sobre isso.
O padre que temia a morte, a velha matrona que carregava consigo suas culpas e padecia da solidão, a mulher sexualmente reprimida, o homossexual que buscava o amor, a amargura na vida da dona de bar... Todos acabam tendo um importante papel nessa criação brilhante, que choca pelas imagens fortes, a linguagem “esculacho” e o cenário “sujo”. Mas tudo isso é essencial para criar a atmosfera reflexiva do filme e chamar a atenção do espectador para os pontos chaves da narrativa.
Embora de classe baixa e de pouca instrução, os personagens vez ou outra soltam frases e pensamentos de muita propriedade e até de muita poesia. Algumas vezes eles falam direto para a câmera como forma de fisgar, de dialogar com o espectador. Recurso muito eficiente, pois envolve ainda, faz o espectador sentir o universo sujo e pobre dos personagens. Amarelo Manga é pura poesia no meio da lama.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Inclusão digital é inclusão social


Num mundo cada vez mais moderno assistimos à uma evolução espantosa da informação. È cada vez mais fácil se ter acesso a qualquer dado, de qualquer assunto, em qualquer lugar do mundo.
Em meio a tantas facilidades, um país como o Brasil se vê com o desafio de adequar o ensino público à essa nova realidade. Há muitos anos vemos discussões a cerca do que poderia ser feito para melhorar a qualidade do ensino público brasileiro, aliás, não só discussões como também projetos e tentativas que se perderam no caminho dos desvios e super faturamentos. Sabendo ainda que a educação é sim o caminho mais certo para o tão sonhado crescimento, não só econômico como principalmente social. A grande questão sempre foi como chegar a uma educação pública de qualidade com tantos problemas existentes? Evasão escolar, sucateamento dos prédios, falta de capacitação para os professores e propostas pedagógicas ultrapassadas sempre foram os maiores problemas do ensino público no Brasil.
Com a elaboração de programas sociais que visam remunerar as famílias pobres que mantiverem seus filhos na escola, o governo visa resolver a curto prazo a evasão escolar, com verbas especiais para projetos como o PETI e o FUNDEB melhorar a estrutura física e pedagógica, além de garantir ocupação para crianças pobres no horário extra escolar ajudando de quebra a erradicar o trabalho infantil. Todas essas iniciativas porém, não são suficientes, nem funcionam cem por cento considerando que de toda verba que sai dos cofres públicos destinados à esses propósitos mais da metade se perde até chegar ao seu destino. No entanto a tecnologia parece agora ser a luz no fim do túnel para as nossas crianças. O governo mostra-se convencido de que a inclusão digital pode sim ser a solução para boa parte dos problemas da nossa educação. Numa nova realidade onde as escolas publicas estivessem corretamente inseridas na era da informação digital, é possível imaginar crianças carentes com o mesmo acesso a todo o tipo de informação assim como crianças de escolas particulares sempre tiveram. Mais que inclusão digital, essa mudança acaba representando inclusão social. È dar a crianças pobres a oportunidade de lutar em pé de igualdade por oportunidades profissionais. Começando pela disputa no ingresso de universidades públicas sem a necessidade de cotas, que mais discriminam que qualquer outra coisa.
É claro que não basta apenas equipar as escolas com computadores para promover toda essa revolução, mas é preciso ensinar e capacitar de vez os professores para lhe dar com essa nova realidade. Talvez a inclusão digital seja a solução que sempre se procurou para impulsionar o país rumo ao tão sonhado desenvolvimento.

terça-feira, 17 de abril de 2007

A Educomunicação frente à comunicação comunitária


Grande parcela da população brasileira não tem acesso à educação de qualidade, fato que é mais acentuado nas comunidades pobres. Diante desta problemática, a educomunicação surge como alternativa para solucioná-la, ou ao menos amenizá-la.
A comunicação comunitária vem apresentando crescimento em nossa sociedade, conseqüência da necessidade de difundir a informação, sem exclusão. Ela se manifesta principalmente através das rádios e dos pequenos jornais, que retratam as notícias de interesse local.
Os líderes locais e demais colaboradores devem investir nesses veículos de comunicação, para que eles apresentem um conteúdo de qualidade, fazendo com que a educação se faça presente no cotidiano dos moradores da comunidade, o que os tornarão cidadãos cada vez mais críticos e com poder mais aguço de argumentação, além de levar à eles o conhecimento, entre outras vantagens.
Mais importante do que usar a educação para criticar a comunicação, é usar a comunicação para educar. A mídia é considerada alienável, mas, se os profissionais a utilizarem da maneira correta, ela pode se tornar um instrumento de inclusão.



Gabriella Guimarães


Gente esse texto foi escrito por gabi uma querida amiga, de idéias muito sensatas e oportunas. Gabriela é estudante de jornalismo da universidade estadual da Paraíba, em Campina Grande. Obrigado pela contribuição Gabi você será sempre bem vinda ao távola.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

A verdadeira dor de ser “o pobre”



O que pensar daqueles que tem várias notas de “cem conto” numa carteira e um carro importado? A verdade é que realmente eu não sei, o que achamos de graça nessas pessoas? Tem uma coisa revoltante, enquanto eles possuem cem reais para gastar em besteiras ou até mesmo juntar para comprar um objeto ou um animal no valor de dez mil reais, o seu vizinho pode não ter dez centavos para matar a sua fome, não meus amigos, não falo daquele vizinho que mora ao lado da sua mansão, falo daquele que mora na tua rua, debaixo da ponte por onde você passa com seu novo carro importado, daquele que bate na tua porta pedindo esmola e nem ao menos um pão recebe, daquele que talvez reze por ti todos os dia e você nem ao menos reza, daquele que passa noites em claro sentindo dor de barriga porque está vazia e porque a única migalha de pão que sobrou alimentou seus filhos. A vida pode ser dura e infeliz, mas a realidade ainda consegue ser bem pior.

Dou nota dez para aqueles que tem carro e não precisam pegar aquele ônibus lotado todos os dias, dou nota dez para eles que pisam no chão porque precisam, dou nota dez para elas que vestem grifes famosas, dou nota dez para nossos compradores de ilusão, que estabelecem um preço e pagam por tudo, dou nota dez para os que tem complexo de inferioridade, dou nota dez para você, besta, que troca a liberdade por cercas elétricas e tal.

Posso continuar? Assim seria demais, temos tantas coisas a falar, nos revoltamos com insignificâncias que só fazem o mal, e o bem, para onde ele foi? Olhai-vos os bolsos, ele pode está na tua frente e os obstáculos não te deixam enxergar.

[...]

Dou nota mil para você que ontem não tinha o que comer e saiu com os amigos para furtar, roubar ou até mesmo matar e logo viu que comida um dia, dois dias poderiam lhe faltar, mas dignidade, mesmo não matando sua fome poderia te fazer viver e te arranjar algo não só para comer, mas também para sobreviver, em vez daquela foto 3x4 estampada na mídia teria um sorriso estampado em tua cara ao menos uma vez.

Pollyanna Gomes

sábado, 14 de abril de 2007

O endeusamento da juventude


É fato que a juventude tem sim, seus encantos. Mas nos dias de hoje, o que vemos em toda parte são crianças e adultos que se recusam a aproveitar seu momento. A mídia, cada vez mais, muda seu padrão de idealização. Onde antes viam-se telenovelas e programas que colocavam a família como ideal de felicidade, hoje vêem-se seriados teen. A indústria americana, fatura milhões com filmes ambientados na “high school”, que são mais baratos de serem produzidos, e acertam em cheio um público ávido por viver uma vida “jovem” e cheia de aventuras.
A revolução social pela qual passamos, desobrigou-nos a casar, ter filhos; esse processo teve um efeito inegavelmente positivo, ao admitir novas formas de vida em sociedade. E prolongou o efeito “jovem” da solteirice. O grande problema, começa quando a mídia entra no jogo. Através de toda sorte de mensagens midiáticas, o que se vê são crianças vestidas como adolescentes, que não mais brincam de esconder, de roda ou de mamãe e filhinha. Crianças que possuem bonecas de cabelos coloridos, roupas brilhantes e slogans como “ela vai se acabar na pista”. O que se vê são adultos deprimidos, infelizes com a sua condição de serem adultos. E cada vez mais, jovens que não sabem o que fazer com toda essa euforia que envolve a juventude; jovens cada vez mais perdidos e frustrados, por que não entendem como podem ser jovens, e não se sentirem perfeitamente felizes o tempo todo. Parece que num tempo onde se “respeita e valoriza” a diferença, esqueceram de incluir a questão do momento como um ponto a ser considerado. Talvez se começarmos a reconhecer a beleza de cada idade, tenhamos uma sociedade mais equilibrada e menos distorcida.

por Rayssa Medeiros

Relacionando as teorias: disposições dos três pensadores acerca das relações de dominação nas sociedades

Os conceitos que envolvem as relações de dominação são tratados a partir de visões de mundo que se interligam. Durkheim baseia-se na externalidade, ou seja, na visão de que o indivíduo só se constitui um ator social na medida em que o grupo (corporação) disponibiliza os usos e práticas, legitimadas pelo mesmo, necessários para a modificação do meio e manutenção do equilíbrio. O homem é dotado de uma pseudo-autonomia, onde o fato social expressa a coerção que o grupo exerce sobre os indivíduos. Indivíduo este que, segundo Marx, possui a capacidade de atuar no meio, transformando-o de acordo com suas necessidades. O que para Durkheim não se aplica, já que trata da imposição das particularidades sobre a coletividade como um possível sintoma de anomia, e prevê a coerção como meio de manter a funcionalidade do organismo social.

Na visão de Marx, a divisão do trabalho promove o aspecto heterogêneo da sociedade caracterizado pelas relações estabelecidas entre grupos que submetem ou submetem-se, em prol do processo de produção. Privilegiando o acúmulo dos bens de produção em detrimento às condições básicas de sobrevivência dos que produzem, o processo torna-se um meio de aquisição do poder numa sociedade onde aqueles que detém os meios de produção são beneficiados.


Um outro conceito é fundamental na questão das relações de dominação, o controle social, que na perspectiva de Durkheim é obtido através da imposição da moral, para Marx se dá através das falsas consciências, engendradas pelas ideologias que visam a manutenção do sistema em vigor. Uma possível função do Estado, para os marxistas, seria a de garantir a manutenção desse controle, disseminando o conformismo e a alienação. E por isso deve ser gradativamente extinto.

Weber, por outro lado, propõe uma visão mais positiva da política, defendendo a constituição de uma burocracia formada pelo controle democrático. Max Weber através de um estudo mais generalizado, afirma que tais relações de dominação, caracterizadas pela violência dita legítima, ocorrem através do domínio tradicional, carismático e racional-legal. O homem submete-se, visando à sobrevivência – como o próprio Marx afirmou. A obediência às imposições ocorre, na visão de Weber, devido à recompensa material e a honraria social.

Para uma compreensão assertiva da Sociologia moderna é preciso estudar a fundo as idéias colocadas pelos três pensadores. Com propostas que convergem e divergem à medida que se aprofundam os temas citados, Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim afirmam-se como ícones das ciências sociais modernas.

O século XIX foi o palco das principais transformações que determinaram o modo de organização e capacidade de manutenção das sociedades modernas. Revoluções ditaram o ritmo das mudanças que se sucederam. O ideal liberal nasce na Inglaterra e começa a difundir-se por toda a Europa central e oriental derrubando regimes totalitários e monarquias absolutistas. Nesse cenário surgem as principais correntes de pensamento que buscavam, por meio da razão e associações lógicas, encontrar as soluções para os problemas sociais que perduravam desde a Idade Média.

Métodos como o Materialismo Histórico e Dialético de Karl Marx colocaram em xeque verdadeiros dogmas impostos pelo Capitalismo. Marx, que junto aos seus colaboradores, formulou um sistema no qual acreditava melhor se adequar a uma sociedade que, segundo ele, tinha suas bases na produção material e acúmulo de riquezas. Sociedade que, segundo Durkheim, possui certa independência do indivíduo. Assim como o homem é incapaz de viver isoladamente, organizando-se desde sempre em grupos, as questões sociais não podiam ser discutidas tendo como ponto de partida o indivíduo. O fato social é algo que o indivíduo não criou, mas precisa aceitar.

A quebra desse sistema harmônico seria a principal causa do que ele chamou de patologia social. É justamente nesse ponto onde Marx previa o início de uma revolução proletária. A partir da conscientização do operário, que percebe a sua função no modelo onde ele constitui a força produtora, e da organização das classes trabalhadoras, surgiria um novo sistema que viria a derrubar o modelo capitalista. Sistema conhecido como Socialismo. E que encontrou seus adeptos com o passar dos anos.

A toda essa problemática, Max Weber lança os conceitos de recompensa material e honraria social, que para ele, determinavam a manutenção do sistema vigente. Além disso, Weber encontrou no espírito religioso do calvinismo as bases econômicas do capitalismo. Fato ainda não observado com profundidade pelos outros dois pensadores.

O sistema capitalista perdura até hoje, impondo práticas que haviam sido previstas pelos três estudiosos. As obras que tais intelectuais produziram são tidas como “bíblias” para os juristas, políticos e teóricos contemporâneos. A progressiva revisão das teorias apresentadas aqui, com certeza indicará o caminho para o qual as sociedades deverão rumar. É bem verdade que todos eles viveram sob regimes totalitários e enfrentaram a reação imediata da propagação de suas idéias. Os tempos atuais são de calmaria. Mas as tempestades se renovam no eterno e cruel ciclo histórico da humanidade.


Caio Gomes

sábado, 7 de abril de 2007

O peso da idade começa a cair aos ombros!!!

Cá estou eu, nesse 8 de abril, quase duas da manhã e sem dormir(culpa da saída depois do ensaio de ontem), começando a sentir o peso da idade cair aos ombros.
Tá, eu sei que todo mundo vai dizer:"Tá doida?? você é jovem ainda!!!", jovem só se for na cara porque no coração me sinto mais velha sim. Sempre quando chega esse dia eu fico mais pensativa do que o normal, sem querer faço a tal da "recaptulação" e sem querer me sinto mais triste. Lembro de quando tinha 15 anos e olhava pra revista da Avon e pensava:" Só vou usar esses cremes anti-idade daqui há 10 anos", agora eu vejo que só faltam 3.
Sei que eu deveria estar feliz, afinal, estou completando mais um ano de vida, e cada congratulação me lembra isso, juro que eu queria estar feliz, mas não consigo. Sei que a maioria das pessoas que me conhecem acham que eu sou um poço de alegria, n vou mentir dizendo que não tenho momentos de felicidade, mas a cada sorriso que dou me vem a estranha sensação de tristeza, minha alegria é minha arma contra mim mesma, contra a minha mania de auto-destruição, como se eu vivesse minha vida em terceira pessoa e essa terceira julga a primeira o tempo todo.
Eu sei que eu sou esquisita desde a minha infância, restaram poucas pessoas para afirmar isso, e sei que minha vida não vai ser longa, não consigo me imaginar velha, não no sentido estético, mas no sentido de ser uma senhorinha com seus netinhos ao redor.
O que me salva um pouco é saber que a maioria das pessoas que conheço são mais novas do que eu(até meu namorado!!!) e também me incomoda, não sei como me comportar, não posso ser ridícula, afinal, já passei da casa dos 20, também não posso ser séria senão eu fico uma chata, e não venham me falar de "seja você mesma", eu não sei quem eu sou!!!
Feliz aniversário pra mim!!!!



For Sparta! For freedom!

Como prometido aqui e aqui (e, eventualmente, aqui), cá estou eu, na frente do computador para, mais uma vez, falar de 300 de Esparta. O trabalho não é fácil, como foi dito em "This is Sparta!", faltam palavras para descrever um filme tão bem feito e bem trabalhado.

Talvez eu deva começar justamente por aí, pelo "bem feito e bem trabalhado", porque os cenários nos transportam diretamente para a Grécia antiga, sem escalas. O filme não teve cenas externas, foi todo rodado em estúdio. Li em algum canto que 10% do trabalho foi feito com um fundo verde. Os outros 90% foram feitos em fundo azul, que combinava melhor com as capas dos Espartanos. Fui assistir o filme pela primeira vez sem essa informação e, se não tivesse lido sobre isso, não desconfiaria. Imaginaria que tudo havia sido construído. (Depois ficaria pensando no trabalho que teria dado, pois duvido que exista uma locação perfeita para que essa história fosse rodada, mas isso não vem ao caso).

Outra coisa que me impressionou foi a fotografia. Cada trecho do filme é marcante. As imagens são belas e cada uma delas deve ter sido trabalhada para serem perfeitas para as fotos de divulgação. Achei interessante o efeito granulado logo no início do filme, quando Dilios está contanto a história de Leônidas (Gerard Butler) para o exército espartano, contrastando com as imagens perfeitas do resto da história.

Falando em história, não há muito o que se contar, até porque eu já falei sobre as Guerras Médicas aqui no Membrana. Há algumas alterações. Na história real, os espartanos não foram à Primeira Guerra por motivos religiosos. Nesse caso, eles foram impedidos de ir, por esses mesmos motivos, pelo oráculo deles. Como sei que ainda tem uns gatos pingados que não foram ver o filme, vou poupá-los do spoiler e não vou dizer que o oráculo foi comprado. Ops! Pelo menos foi besteira, não influi em muita coisa.

Xerxes (Rodrigo Santoro) manda mensageiros exigindo que Esparta se submeta ao seu domínio, Leônidas não aceita, tenta reunir o exército, o oráculo não deixa, ele reúne alguns homens, os melhores de Esparta e vai para as Termópilas, barrar o exército persa lá.

Aproveitando que falei em Xerxes, Rodrigo Santoro desempenha muito bem o seu papel e faz de Xerxes um Rei-Deus convincente. E não, ele não foi dublado. Assim como teve seu tamanho praticamente duplicado, teve a voz alterada por computador para ficar mais condizente com o personagem. Eu notei isso ao notar um deslize mínimo de pronúncia e fui atrás de informações.

Devo também elogiar aqui a maquiagem, pois cada uma das criaturas horríveis, dos quase-seres-mitológicos (e seres mitológicos, se você prestar atenção no harém de Xerxes), dos doentes e deformados ficou perfeito.

Enfim, temos uma super-produção, o primeiro blockbuster de 2007, que impressiona, fascina e empolga. Acho que empolgaria até aquelas mocinhas mais seletivas, que não assistem a filmes de ação (sim, eu não posso deixar de falar sobre os guerreiros espartanos e modelos da Calvin Klein nas horas vagas). Não li os quadrinhos de Frank Miller (nem entrei no mérito por causa do texto anterior), mas ouvi várias e várias vezes que foi a melhor adaptação de qualquer coisa para o cinema. Ouvi inclusive que chegou a ficar melhor que o original. Não posso dar uma opinião concreta a esse respeito, mas eu acredito no que dizem.

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Como prometido, vou falar brevemente da manifestação do Irã contra o filme.

O filme foi lançado num momento em que o Irã está sendo criticado por seus planos nuclerares e tomaram o filme como "anti-iraniano". Ele foi classificado como "um comportamento hostil, resultado de uma guerra psicológica e cultural".

Segundo políticos e blogueiros iraniados, seus ancestrais estão sendo difamados pelo filme. Eles acreditam que o filme transmite uma imagem ofensiva e fraudulenta e afirmam que a Pérsia (Oh, yeah: a Pérsia ficava aonde hoje é o Irã. Got it?) era o império mais poderoso e civilizado do mundo.

Aparentemente virou moda achar ruim que Hollywood produza um filme que "fale mal" de qualquer país, como se de lá também não saíssem filmes que também trazem acontecimentos negativos dentro dos Estados Unidos e protagonizados por estadunidenses.

Se a Pérsia era um império vasto, devia isso às guerras, pois era assim que se conquistavam - e ainda se conquistam - territórios. É com mortes, derramamento de sangue, um país/povo/nação sendo derrotado e outro saindo vitorioso.

Talvez o filme não tenha sido lançado no melhor dos momentos para o Irã, mas acho que já está na hora de reconhecermos que é apenas ficção, não uma propaganda anti-qualquer-coisa.

This is Sparta!
(And a damn nice spartan)



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Fernanda Eggers
http://membranaseletiva.blogspot.com
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quinta-feira, 5 de abril de 2007

Será que somos viciados?


Olá, galera !!!

Eis aqui o derradeiro componente do Távola que se dispôs a digitar essas "mal traçadas". O motivo da demora: Estava a espera da imaculada inspiração. Ela que quando vem faz você vomitar palavras, no meu caso, digitar - como dizem no interior de Pernambuco - "até dá uma dor". Mas nem por isso, estava também em busca de algo interessante pra falar, e fazer jus, assim, ao alto nível de assuntos e opiniões dos meu colegas blogueiros.
Lá ia eu, folheando preguiçosamente a revista IstoÉ do mês de fevereiro? Aí alguém pode pensar: "Vai falar sobre coisa antiga". Não, não, calma, pelo contrário, é um assunto que nos diz respeito: O vício online.
Uma equipe de psicólogos e psiquiatras da Filadélfia desenvolveu um programa de 12 estágios para auxiliar o tratamento de internautas diagnosticados como navegadores compulsivos. Hoje já existe até um setor na psiquiatria especializado nessa doença.
O interessante é que no primeiro estágio do tratamento o doente internético tem que admitir pra si mesmo que é viciado, que a internet conduz sua vida e que não vai mais checar e-mails a cada dez minutos. Tenho um colega que fica horas esperando mensagens no Orkut, imaginando "quem será que vai espionar minha vida?". Pra vocês terem uma idéia, ele fica de 10 em 10 segundos apertando o F5 pra atualizar. Ele está dentro das estatísticas(e nós?) que indica que o brasileiro está na crista da onda internética. Passamos em média 21h e 39 minutos em frente ao computador. Ganhamos da França (2ºlugar), dos EUA (3º), da Austrália(4º) e do Japão(5º).E é que o "pc" ainda não é um bem de consumo acessível a todos o brasileiros.
O programa destinado aos "lopradões da internet" - engraçado, seria um bom nome pra uma banda de forró - disse que 1 em cada 10 internautas pode se tornar dependente.
Daqui a pouco vão fazer remédios pra viciados em internet.
Ironicamente Bill Gates, o magnata "lombradão" que invetou "essa porra toda" - desculpem o vocábulo chulo - limita seus filhos a 45 minutos durante a semana e nos sábados e domingos só podem acessar por uma hora. Ele sabe o mal que sua "criatura" pode causar. A revista New Scientist publicou este ano um estudo que enumera as obsessões e compulsões mais comuns entre os internautas:
EGO-NAVEGAÇÃO: Quando você checa seu próprio nome na internet pra saber quantas vezes aparece.
BLOG-INDISCRIÇÃO: Revelar na net segredos pessoais e dos outros.
GOOGLE-ESPIONAGEM: O ato de espionar a vida de colegas de trabalho, amigos, namorados e ex-namorados.
CIBERCONDRIA: Próprio de hipocondríacos, busca notícias sobre doenças que ele acredita estar sofrendo.
FOTOBISBILHOTICE: Ato de vasculhar o álbum de fotos de alguém que nunca viu na vida.
E WIKIPEDIMANIA: Contribuição exagerada com o site Wikipedia.
Podemos nos vangloriar ou nos lastimar por estarmos no topo de usuários assíduos.
Tudo é questão de escolha. Saber como usá-la é o segredo.
A questão é: será que somos viciados?. Bom, de qualquer modo, já existe tratamento. Até a própria internet dá receitas de como não se viciar nela. Então não nos preocupemos. Quem venha o próximo site!


Giovanni Alves

quarta-feira, 28 de março de 2007

Abelha-Rainha


Maria Bethânia vai cantar em João Pessoa. Nordeste. Perto do seu estado natal. Bahia. Resumindo, vai tocar em casa. Quanto seus fãs pagarão para prestigiar este espetáculo de uma das musas da MPB ? Eu respondo, R$ 120,00 ! Com direito a exclamação sim!

Será que os heróis de outrora já não pensam mais no seu público. Toda aquela ideologia de criar um movimento de resgate da cultura Tupiniquim, propondo a busca de tudo o que seria genuinamente brasileiro, tanto nas artes plástica - com as obras de Hélio Oiticica, dentre as quais "Tropicália" deu nome ao movimento do qual Bethânia e seu irmão, Caetano, foram principais idealizadores junto com Gil e outros -, como na música - resgate dos sons do Nordeste; reivenções; junções de ritmos; incorporação de novos instrumentos; entre outros -, atingindo também o campo da dramaturgia e literatura, não tinha o real interesse de levar tais modificações na cultura do país ao povo? A grande massa? É o que nos resta? A esse preço, o público será composto pelos fãs ortodoxos da cantora, e olhe lá!

É tão proveitoso quando somos honrados com shows de cantores como Zé Ramalho, Alceu Valença, Chico César, etc. Todos realizados neste ano e todos abertos ao público. É bem verdade que tais shows com grandes nomes da música nacional nunca são de graça, no verdadeiro sentido da palavra, pois somos nós que pagamos, considerando o fato de que a Prefeitura ou o Governo do Estado são sempre os responsáveis por eventos dessa magnitude. Mas é bem verdade também - e contra tal fato não há argumentos - que uma coisa é promover shows com o dinheiro da União, que engloba todas as camadas da sociedade, através de tributos cobrados a todos sem restrições de classe, credo ou etnia - pelo menos teoricamente -, nos quais é permitida a entrada de todos. Outra coisa, completamente diferente, é cobrar
- refiro-me à equipe de produção da cantora - mais ou menos 1/3 do salário mínino, além de todos os impostos que pagamos, por uma hora - com margem de erros para mais ou para menos de 30 minutos vai - de espetáculo de Bethânia, nossa abelha-rainha de Santo Amaro da Purificação.

Proponho aos empresários e produtores da cantora que escolham melhor os lugares nos quais a cantora se apresenta. Que fique lá pelo Sul e Sudeste. Afinal, desde o começo, foram eles que primeiro acolheram os ícones da nossa tão difamada MPB. Eles talvez, e muito talvez, tenham dinheiro para gastar 1/3 dele num único dia. A história, como já foi proposto, não é nada mais do que um eterno retorno. O nordeste segue com a fama de celeiro musical, no qual a política é mesmo, e sempre foi, a de exportação. Os nomes vão quase de graça, mas na volta, cobram juros de 120% à hora.
Caio Gomes, estudante de jornalismo.


Pois é pessoal nossa primeira contribuição externa, muito boa diga-se de passagem, valeu Caio seus textos serão sempre bem vindos.