sábado, 7 de abril de 2007

For Sparta! For freedom!

Como prometido aqui e aqui (e, eventualmente, aqui), cá estou eu, na frente do computador para, mais uma vez, falar de 300 de Esparta. O trabalho não é fácil, como foi dito em "This is Sparta!", faltam palavras para descrever um filme tão bem feito e bem trabalhado.

Talvez eu deva começar justamente por aí, pelo "bem feito e bem trabalhado", porque os cenários nos transportam diretamente para a Grécia antiga, sem escalas. O filme não teve cenas externas, foi todo rodado em estúdio. Li em algum canto que 10% do trabalho foi feito com um fundo verde. Os outros 90% foram feitos em fundo azul, que combinava melhor com as capas dos Espartanos. Fui assistir o filme pela primeira vez sem essa informação e, se não tivesse lido sobre isso, não desconfiaria. Imaginaria que tudo havia sido construído. (Depois ficaria pensando no trabalho que teria dado, pois duvido que exista uma locação perfeita para que essa história fosse rodada, mas isso não vem ao caso).

Outra coisa que me impressionou foi a fotografia. Cada trecho do filme é marcante. As imagens são belas e cada uma delas deve ter sido trabalhada para serem perfeitas para as fotos de divulgação. Achei interessante o efeito granulado logo no início do filme, quando Dilios está contanto a história de Leônidas (Gerard Butler) para o exército espartano, contrastando com as imagens perfeitas do resto da história.

Falando em história, não há muito o que se contar, até porque eu já falei sobre as Guerras Médicas aqui no Membrana. Há algumas alterações. Na história real, os espartanos não foram à Primeira Guerra por motivos religiosos. Nesse caso, eles foram impedidos de ir, por esses mesmos motivos, pelo oráculo deles. Como sei que ainda tem uns gatos pingados que não foram ver o filme, vou poupá-los do spoiler e não vou dizer que o oráculo foi comprado. Ops! Pelo menos foi besteira, não influi em muita coisa.

Xerxes (Rodrigo Santoro) manda mensageiros exigindo que Esparta se submeta ao seu domínio, Leônidas não aceita, tenta reunir o exército, o oráculo não deixa, ele reúne alguns homens, os melhores de Esparta e vai para as Termópilas, barrar o exército persa lá.

Aproveitando que falei em Xerxes, Rodrigo Santoro desempenha muito bem o seu papel e faz de Xerxes um Rei-Deus convincente. E não, ele não foi dublado. Assim como teve seu tamanho praticamente duplicado, teve a voz alterada por computador para ficar mais condizente com o personagem. Eu notei isso ao notar um deslize mínimo de pronúncia e fui atrás de informações.

Devo também elogiar aqui a maquiagem, pois cada uma das criaturas horríveis, dos quase-seres-mitológicos (e seres mitológicos, se você prestar atenção no harém de Xerxes), dos doentes e deformados ficou perfeito.

Enfim, temos uma super-produção, o primeiro blockbuster de 2007, que impressiona, fascina e empolga. Acho que empolgaria até aquelas mocinhas mais seletivas, que não assistem a filmes de ação (sim, eu não posso deixar de falar sobre os guerreiros espartanos e modelos da Calvin Klein nas horas vagas). Não li os quadrinhos de Frank Miller (nem entrei no mérito por causa do texto anterior), mas ouvi várias e várias vezes que foi a melhor adaptação de qualquer coisa para o cinema. Ouvi inclusive que chegou a ficar melhor que o original. Não posso dar uma opinião concreta a esse respeito, mas eu acredito no que dizem.

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Como prometido, vou falar brevemente da manifestação do Irã contra o filme.

O filme foi lançado num momento em que o Irã está sendo criticado por seus planos nuclerares e tomaram o filme como "anti-iraniano". Ele foi classificado como "um comportamento hostil, resultado de uma guerra psicológica e cultural".

Segundo políticos e blogueiros iraniados, seus ancestrais estão sendo difamados pelo filme. Eles acreditam que o filme transmite uma imagem ofensiva e fraudulenta e afirmam que a Pérsia (Oh, yeah: a Pérsia ficava aonde hoje é o Irã. Got it?) era o império mais poderoso e civilizado do mundo.

Aparentemente virou moda achar ruim que Hollywood produza um filme que "fale mal" de qualquer país, como se de lá também não saíssem filmes que também trazem acontecimentos negativos dentro dos Estados Unidos e protagonizados por estadunidenses.

Se a Pérsia era um império vasto, devia isso às guerras, pois era assim que se conquistavam - e ainda se conquistam - territórios. É com mortes, derramamento de sangue, um país/povo/nação sendo derrotado e outro saindo vitorioso.

Talvez o filme não tenha sido lançado no melhor dos momentos para o Irã, mas acho que já está na hora de reconhecermos que é apenas ficção, não uma propaganda anti-qualquer-coisa.

This is Sparta!
(And a damn nice spartan)



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Fernanda Eggers
http://membranaseletiva.blogspot.com
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3 comentários:

Anônimo disse...

O texto dispensa comentários(plenamente de acordo) mas o Gerard Butler não, vai ser tão,tão,tão... Tão assim na china ^^ hehehe

Unknown disse...

Adorei o filme(acabei de me encher de informações sobre 300 na internet). Todos perfeitos no filme, até a coisa nojenta do traidor, q sempre esqueço o nome!!! Lembrando apenas q o filme n se presta ao papel de livro de História, é uma licença poética total.Então, assistam ao filme e vejam cabeças rolando!!!hehehehehehe!!!

Pollyanna Gomes disse...

ótimo texto, apesar de q sou meia suspeita pra falar já que não me surprendi muito com o filme, achei normal como qualquer épico hollywoodiano...